gente que pensa que é Gente
Ontem foi a primeira aula na Pós.
Chegar atrasado no primeiro dia pra mim já é quase um rito do qual não é de propósito, apenas acontece, 30min de atraso e por isso sentei na ultima fileira por ser o único lugar. A turma H3 parece ter no mínimo uns 45 alunos e o professor não se esforçou em falar um pouco mais alto. Os pontos positivos é que ele fez a turma participar, com temas e discussões plausíveis, mas o que por um lado é legal devido as participações interessantes por outro é péssimo por conta de gente que só quer aparecer, gente que rouba meu precioso tempo. Sem esquecer dos tímidos/nervosos que quando vão responder uma pergunta ou mesmo dar sua opinião se engasgam e não falam coisa com coisa.
Voltei a notar que existe pessoas que pensam que são mais, lembrei do livro a "Revolução dos Bichos" e da celebre frase:
"todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros"
Lembrei que já disse algo diferente mas que permeia os mesmos pensamentos:
"Tem gente que pensa que é gente"
A primeira vez que disse isso, até fiquei com certo peso na consciência, mas hoje em dia é exatamente como penso e talvez eu seja um dos porquinhos de George Orwell que pensa que é mais igual do que os outros.
4h de aula!!! - Isso deve ser o suficiente pra deixar qualquer um cansado, principalmente depois de uma carga de 8 horas de trabalho, mas eu só cumpri 5 e embora devesse ter vergonha deste fato a verdade é que muitos adorariam ter esse privilégio.
Sim eu me acho melhor do que muitos em algumas coisas, mas nem por isso os destrato ou os ignoro, e, se sentir pena é ser vilão eu aceito o título.
Veja os fatos:
Ontem no retorno para casa no busão, um emaranhado de adolescentes fugidos de alguma sessão de cinema dominaram a parada de onibus e ironicamente pegaram o meu querido 350 que tanto me gabo de nunca estar lotado. Os infernais juvenis se aglomeraram na parte de trás do ônibus embalados por gritos histéricos e piadas beirando a imoralidade, senhoras de idade avançada olhavam estupefadas para trás e pra completar o quadro eles estavam impedindo que o onibus continuasse seu trajeto pedindo pro motorista esperar o resto dos vadios que ainda atravessam a Djalma Batista.
Foi a gota dágua, os demais passageiros começaram a reclamar e xinga-los e juro que também fiz isso em pensamento... mas dei um suspiro quando um policial entrou no ônibus.
O silêncio imperou e o que se pôde ouvir desde então eram piadinhas dos demais passageiros que diziam "grita agora vagabundo".
O policial apenas foi ate eles e disse para pararem com a desordem.
Durante uns 5 minutos o ônibus reinou de absoluta tranquilidade até o guardinha descer na Av. Boulevard e todo o barulho recomeçar, felizmente desci duas paradas depois e não vi o desfecho dos fatos.
Por um momento quase pensei que a única coisa que me deixava menos igual daqueles vagais eram, meu salário e minha idade, mas não, vai muito mais além. Entra aqui conceitos, cultura conhecimento, educação e principalmente DISCERNIMENTO do que é certo e errado (Hb.5:14).
Desci do ônibus triste por eu em meus 28 anos, casado, devidamente empregado a mais de 3 anos ainda andar de ônibus por ai e ter de engolir esse tipo de coisa.
Quando cheguei em casa minha dignissima me esperava animadamente para um jantar em um restaurante japonês muito conhecido. Na mesa servidos de yakissoba, camarão e outras guloseimas orientais lembrei dos vagas no ônibus e sentindo pena conclui:
O erro não está em mim por ter de andar de ônibus, ou por sair por sair pra jantar bancado por outra pessoa ou por fazer uns apertos orçamentários pra pagar uma pós graduação. Nãoooo!!! eu estou bem onde estou, o problema real é que ...
...Tem gente que pensa que é gente!
E desse tipo de gentinha eu só posso sentir pena!
Os vagais descritos aqui foram só o exemplo utilizado, mas tem tanta gentinha ao meu redor que por uma questão de sobrevivência eu preciso ser MAIS IGUAL DO QUE OUTROS!!!!!
É Nemm, concordo, realmente, "tem gente que pensa que é gente"!!!
ResponderExcluirMaaassss... Vc é único!!!!!
Te amo "paixão". :)
Bjosss
Véio, comecei a trabalhar cedo, sempre estudei em colégio do governo, sempre morei em bairro, sempre brinquei na rua na companhia de pessoas boas e ruins, até um dia desses pegava ônibus como qualquer mortal, isto é, sempre recebi influências boas e ruins.
ResponderExcluirQual eu escolhi? Não precisa nem responder.
Sabe porquê? Sempre me interessei em estudar, querer crescer, aprender, ter o mínimo de educação independente da minha classe social.
O problema desse povo é achar que só por que é pobre, tem a obrigação de ser mal educado, não ter respeito pelos próximos e não ter o mínimo de personalidade.
Só posso constatar que a pior pobreza é a de espírito.
PARABÉNS PELA PÓS!!!!!!!
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