Festival traz ópera francesa a Manaus

Acompanhando as comemorações pelo Ano da França no Brasil, o Festival Amazonas de Ópera (FAO) vai celebrar a tradição operística francesa em sua 13ª edição, a ser realizada de 23 de abril a 31 de maio, em Manaus. A programação traz cinco óperas – quatro delas a serem montadas na íntegra – e um oratório dramático, além de recitais e conferências sobre a música francesa.


Em sua mais cara edição até hoje – com orçamento de R$ 8 milhões, de acordo com a Secretaria de Estado de Cultura –, o festival vai oferecer ao público um panorama abrangente da ópera francesa. “Sansão e Dalila”, de Camille Saint-Saëns, marca a abertura do evento no dia 23 de abril, com reapresentações nos dias 26 e 28. “Pélleas et Mélisande”, de Claude Debussy, será apresentada em versão concerto nos dias 25 e 27 de abril.

Em maio, serão apresentadas as montagens de “Le Cid”, de Jules Massenet (dias 5, 7 e 10); “Diálogos das Carmelitas”, de Francis Poulenc (13, 15 e 17); e “Os troianos”, de Hector Berlioz (24, 26 e 28). O encerramento do festival será com o oratório dramático “Joana D'Arc na fogueira”, de Arthur Honegger, no dia 31.

Ensaios
Os preparativos para o festival iniciaram há cerca de três semanas, com as primeiras leituras das peças musicais pelos instrumentistas da Orquestra Amazonas Filarmônica (OAF). Alguns artistas convidados já estão ou estiveram na capital amazonense para iniciar os trabalhos – caso do maestro francês Laurent Campellone, responsável pela regência de “Os troianos”, que esteve na cidade há uma semana para uma curta e intensiva série de ensaios.

Outros artistas franceses participam das montagens, à frente ou nos bastidores das montagens, ao lado de outros brasileiros e internacionais. A apresentação de “Pélleas et Mélisande”, por exemplo, trará um elenco de artistas franceses nos papéis principais, sob a regência do maestro e diretor artístico do evento, Luiz Fernando Malheiro.

A montagem de “Le Cid” será dirigida pelo francês Frédèrique Lombart, com cenários e figurinos dos brasileiros Renato Theobaldo e Marcelo Marques, respectivamente. Campellone, citado acima, vai reger um elenco que inclui, entre outros, o tenor norte-americano Michael Hendrick, o barítono francês Jean-Luc Chaignaud e a mezzo-soprano Denise de Freitas.

Ousadia
Entre os destaques do programa está “Os troianos”, verdadeiro tour de force musical no estilo das óperas wagnerianas, tendo aproximadamente cinco horas de duração. Também promete chamar atenção a montagem de “Sansão e Dalila”, que terá direção cênica de Emilio Sagi, prestigiado diretor espanhol atualmente à frente do Teatro Arriaga, na Espanha.

Entre os artistas brasileiros que já participaram em outras edições do FAO, estão Willian Pereira, que será responsável pela direção cênica e cenários de “Diálogos das Carmelitas”; Olintho Malaquias, figurinista de “Os troianos”; e Caetano Vilela, diretor cênico e iluminador de “Os troianos”.

Confira a programação completa do evento abaixo:

“Sansão e Dalila”, de Camille Saint-Saëns
Dias 23, 26 e 28 de abril, no Teatro Amazonas
Elenco: Michael Hendrick, tenor (EUA). Nancy Fabiola-Herrera, mezzo-soprano (Espanha). Jean-Philippe Lafont, barítono (França). Savio Sperandio, baixo (Brasil). Jérôme Varnier, baixo (França). Éric Herrero, tenor (Brasil). Adriano DiSidney, barítono (Brasil). Leandro Lacava, tenor (Brasil).
Participação do Coral do Amazonas e da Companhia de Dança do Amazonas.
Direção musical e regência: Luiz Fernando Malheiro (Brasil)
Direção cênica: Emilio Sagi (Espanha)
Cenários: Leonardo Ceolin (Argentina/Brasil)
Iluminação: Caetano Vilela (Brasil)
Figurinos: Olintho Malaquias (Brasil)
Coreografia: Jorge Garcia (Brasil)

Ciclo de “Melodies” – Recitais de canto e piano
Dias 24, 27 e 30 de abril, no Centro Cultural Palácio da Justiça
Artistas: Carmen Monarcha, soprano (Brasil). Pauline Courtin e Isabelle Sabrié sopranos (França). Yann Beuron, tenor (França). Jean-Philippe Lafont, barítono (França). José Antônio Soares e Fabricio Claussen, barítonos (Brasil). Jérôme Varnier, baixo (França). Gilberto Tinetti e Jeff Cohen, pianos.

“Pélleas et Mélisande”, de Claude Debussy (versão concerto)
Dias 25 e 27 de abril, no Teatro Amazonas
Elenco: Jérôme Varnier, baixo (França). Yann Beuron, tenor (França). Jean-Philippe Lafont, barítono (França). Mireille Delunsch, soprano (França). Pauline Courtin, soprano (França). Nadine Denize, mezzo-soprano (França). Murilo Neves, baixo (Brasil). Saulo Javan, baixo (Brasil).
Participação do Coral do Amazonas.
Direção musical e regência: Luiz Fernando Malheiro (Brasil)

“Le Cid”, de Jules Massenet
Dias 5, 7 e 10 de maio, no Teatro Amazonas
Elenco: Eliane Coelho, soprano (Brasil). Carmen Monarcha, soprano (Brasil). Francisco Casanova, tenor (República Dominicana). Sávio Sperandio, baixo (Brasil). Adriano DiSidney, barítono (Brasil). Saulo Javan, baixo (Brasil). Fabricio Claussen, barítono (Brasil). Fabricio Claussen, barítono (Brasil). Leandro Lacava, tenor (Brasil). Murilo Neves, baixo (Brasil).
Participação do Coral do Amazonas e da Companhia de Dança do Amazonas.
Direção musical e regência: Luiz Fernando Malheiro (Brasil)
Direção cênica: Frédèrique Lombart (França)
Cenários: Renato Theobaldo (Brasil)
Iluminação: Caetano Vilela (Brasil)
Figurinos: Marcelo Marques (Brasil)

“Diálogos das Carmelitas”, de Francis Poulenc
Dias 13, 15 e 17 de maio, no Teatro Amazonas
Elenco: Adriane Queiroz, soprano (Brasil). José Antônio Soares, barítono (Brasil). Alexander Swan, tenor (França). Pauline Courtin, soprano (França). Nadine Denize, contralto (França). Isabelle Sabrié, soprano (França). Eugenie Grunewald, mezzo-soprano (Estados Unidos). Elaine Martorano, contralto (Brasil). Éric Herrero, tenor (Brasil). Carolina Faria, mezzo-soprano (Brasil). Adriano DiSidney, barítono (Brasil). Geilson Santos, tenor (Brasil). Fabricio Claussen, barítono (Brasil). Elli Soares, barítono (Brasil). Jair Jr., barítono (Brasil). Alex Herculano, barítono (Brasil).
Participação do Coral do Amazonas.
Direção musical e regência: Marcelo de Jesus (Brasil)
Direção cênica e cenários: Willian Pereira (Brasil)
Cenários: Roberto Holnik (Brasil)
Iluminação: Caetano Vilela (Brasil)
Figurinos: Marcelo Marques (Brasil)

Debates e conferências sobre a música francesa nos séculos 20 e 21 – Sua influência nos compositores e intérpretes brasileiros
Dias 14 a 23 de maio, no Centro Cultural Palácio da Justiça
Com os compositores Almeida Prado e Jorge Antunes (Brasil), e Thierry Escaich e David Alagna (França).

“Os troianos”, de Hector Berlioz
Dias 24, 26 e 28 de maio, no Teatro Amazonas
Elenco: Michael Hendrick, tenor (Estados Unidos). Jean-Luc Chaignaud, barítono (França). Fabricio Claussen, barítono (Brasil). Sávio Sperandio, baixo (Brasil). Geilson Santos, tenor (Brasil). Manuela Freua, soprano (Brasil). Marquita Lister, soprano (Estados Unidos). Denise de Freitas, mezzo-soprano (Brasil). Kismara Pessatti, contralto (Brasil). Leandro Lacava, tenor (Brasil). Murilo Neves, baixo (Brasil). Eli Soares, baixo (Brasil). Saulo Javan, baixo (Brasil). José Humberto Vieira, tenor (Brasil). Eli Soares, baixo (Brasil). Adriano DiSidney, barítono (Brasil). Saulo Javan, baixo (Brasil). Eraldo Auzier, baixo (Brasil). Jaiana Souza da Silva (Brasil). Carolina Faria, mezzo-soprano (Brasil).
Participação do Coral do Amazonas e da Companhia de Dança do Amazonas.
Direção musical e regência: Laurent Campellone (França)
Direção cênica e iluminação: Caetano Vilela (Brasil)
Cenários: Renato Rebouças (Brasil)
Figurinos: Olintho Malaquias (Brasil)
Coreografia: Jorge Garcia (Brasil)

Oratório cênico “Joana d’Arc na fogueira”, de Arthur Honegger
Dia 31 de maio, no Largo de São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas
Artistas: Carmen Monarcha e Manuela Freua, sopranos (Brasil). Elaine Martorano, contralto (Brasil). Geilson Santos, tenor (Brasil). José Antonio Soares, baixo (Brasil).
Participação do Coral Infantil, do Coral do Amazonas e da Companhia de Dança do Amazonas.
Direção musical e regência: Luiz Fernando Malheiro (Brasil)


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Um comentário:

  1. Anônimo11:00 AM

    Assisti ao espetáculo "Os Troianos", e mesmo não sendo um conhecedor acadêmico das artes possuo sensibilidade suficiente para tecer alguns comentários. O espetáculo foi salvo pela orquestra e artistas do palco, principalmente pela técnica vocal mas a tentativa de mesclar a religião afro com àquelas do Peloponeso foi um tanto trágica. Alguns pontos eram possíveis de se entender a proposta e em outras gerou a descaracterização da obra. A platéia se perguntava: O que é isso? Na platéia, camarotes, corredores e até mesmo no banheiro era essa a principal pergunta! Respeito completamente a cultura afro mas a inserção dela na ópera foi no mínimo duvidosa à despreparada. Não havia ligação entre os contextos gregos, ou melhor poderia até haver no III Ato na questão de estar se passando em Cartago, mas vale lembrar que Cartago é África "branca", está ao Norte. Tudo bem que a liberdade artística permite tais transversalidades mas enquanto apreciador achei a montagem um verdadeiro liquidificar louco na busca de enfiar goela abaixo a idéia de uma direção que quer chocar pelo novo e diferente, levada por questões de ego. Era só olhar o desempenho dos principais artistas que pareciam estar numa obrigação! Adorei a montagem de SANSÃO E DALILA, foi genial, leve, emblemático, emocionante. Os detalhes foram maravilhosos. Uma pena que Os Troianos, tão esperado pelo público, tenha decepcionado pelo exagero e falta de bom gosto, além de falta de qualidade cenográfica. PARABÉNS AOS CANTORES, ORQUESTRA, MAESTRO... VOCÊS FORAM AS ÚNICAS VANTAGENS DE SE ASSISTIR A ÓPERA. ERA PRECISO FECHAR OS OLHOS E SÓ OUVIR, POIS VÊ ERA UMA IMAGEM ATERRORIZANTE DE MISTURAS SEM SENTIDO E DESCONEXO.

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