Paternidade
Paternidade é um risco,
Um navegar sem mapa certo,
Onde acertos são abrigos,
E erros, ventos descobertos.
Eu já fui o porto firme,
Outras vezes, tempestade,
E no vai e vem do tempo,
Aprendi a amar de verdade.
É no sorriso que floresce,
No choro que me atravessa,
Que eu vejo que ser pai é prece,
E também um mar que nunca cessa.
Já me perdi em regras frias,
Tentei forjar o caminho reto,
Mas no olhar que me recria,
Aprendi a ser mais completo.
Pois entre o “não faz isso”
E o “tudo bem, vai tentar”,
Há um equilíbrio impreciso,
Entre soltar e amparar.
Me vi herói e vilão,
O que ensinava, o que aprendia,
Ora forte, ora em contramão,
Mas nunca sem poesia.
Não há receita de bolo,
Nem manual de perfeição,
Há apenas o solo que adubo,
Com amor, com erro, com perdão
Post a Comment